quinta-feira, 18 de março de 2010

Alter do Cháo- um paraíso amazônico

Alexandre Cappi - Agência Amazônia

Destaque no exterior, o lugar tem enorme potencial da região, até agora pouco explorado, para o ecoturismo e os esportes de aventura

Vira e mexe Alter do Chão, no Pará, é comparado ao Caribe. A areia branca e as água calmas até podem ser parecidas. Mas as semelhanças param por aí. Isso porque esse pedaço de terra em meio à floresta amazônica reserva emoções bem diferentes das que podem ser encontrar nas famosas ilhotas localizadas mais ao norte do globo.

Imagine-se um náufrago numa praia paradisíaca isola no meio da selva amazônica. Um lugar onde a água é cristalina, a temperatura é a mais agradável possível, comida farta e, o melhor e tudo, sem nenhum mísero mosquito. Aí você diria: “Doce utopia, os paulistas já o teriam descoberto e divulgado”. Pois é, esse lugar existe, chama-se Alter do Chão, fica no Pará e, segundo consta, os gringos já se anteciparam aos paulistas na divulgação.

Isso porque o The Guardian e o The New York Times, dois dos maiores jornais do mundo, listaram Alter do Chão entre as dez melhores praias do Brasil. E até o príncipe Charles, herdeiro do trono inglês, apareceu por lá ano passado.

Alter deixa perplexo até os mais céticos. Situado às margens do gigante Tapajós, afluente do rio Amazonas, esse distrito de 7 mil habitantes se tornou refúgio da cidade de Santarém, a 34 quilômetros de distância. A região também é uma Área de Proteção Ambiental (APA) banhada pelo estonteante Lago Verde, de160 quilômetros quadrados. A comparação caribenha se deve às longas faixas de areia branca e às águas calmas que mudam de azul safira para verde-esmeralda conforme a luminosidade solar.

E é só. Alter do Chão está longe de ser um parque temático do que quer que seja. E se você for para lá atrás dos mergulhos ou free shops do caribe vai se decepcionar. Nessa pérola amazônica, o que há de melhor para fazer é tomar um banho incrível de rio – em todos os sentidos.

De agosto a fevereiro, o nível das águas pode baixar até 10 metros e as paias ficam mais evidentes. A dos Amores, por exemplo, é uma extensa barra fluvial situada bem em frente à praça central de Alter. Famílias inteiras costumam atravessar o rio em canoas típicas, conhecidas como catraias, para petiscar nos quiosques no meio da praia.

A temporada de cheia começa em fevereiro (a visita só não é recomendável em maio, junho e julho, porque chove muito). O cenário muda, algumas praias somem, mas Alter não fica menos belo e interessante, pois é possível navegar ou rema pelos igapós – florestas inundadas que abrigam grande variedade de fauna e flora.
Alexandre Cappi - Agência Amazônia

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